Comemorando
o Dia Mundial do Livro, algumas dicas para incentivar a leitura nas crianças,
desde a mais tenra idade...
A leitura
compartilhada é um hábito que desaparece quando as crianças começam a ler
sozinhas.
Ler em
casa favorece o desenvolvimento da leitura na criança, tornando-a uma atividade
normal e criando um ambiente que faz com que os pequenos procurem os livros de
forma voluntária.
Uma campanha internacional muito interessante é a “Reading aloud, reading
together” (lendo em voz alta, lendo juntos), um projeto pensado para estimular
a leitura em voz alta e acompanhado. A oralidade tem um papel fundamental na
literatura infantil, já que permite criar momentos de grande valor emocional
entre pais e filhos. O problema nasce quando deixamos de compartilhar estas experiências
com as crianças, uma vez que elas comecem a ler por conta própria.
E é
exatamente neste aspecto que incide esta campanha de incentivo da leitura em
família: segundo os especialistas, ler com as crianças estreita laços, estimula
a empatia e forma parte da base de sua aprendizagem, ampliando sua visão do
mundo e lhes dando ferramentas para lidar com ele, como o desenvolvimento da
capacidade crítica.
Ampliar as capacidades linguísticas é, de fato, um dos principais benefícios da
leitura em voz alta: ajuda as crianças a distinguir as letras, aumenta sua consciência
fonológica e lhes ajuda a ampliar seu vocabulário. Para que essa tarefa seja mais
fácil para os pais, uma sugestão é procurar especialistas na área como
professores de português e literatura, bibliotecários, ou até mesmo consultar
sites especializados em literatura infantil, para procurar dicas e sugestões de
títulos de livros infantis. Uma boa dica é contar contos infantis para seus
filhos.
Como
contar contos infantis para seus filhos
Anote
estes conselhos e introduza seu filho em um mundo de fantasia e aprendizado.
Um conto
é um relato curto repleto de fantasia, e que deve ser contado de uma só vez.
Ler para uma criança um conto a cada noite é muito produtivo para o desenvolvimento
criativo da criança. Graças a esta dinâmica, a criança acabará gostando da hora
de ir para a cama, irá relaxar e dormirá rapidamente.
Na hora de decidir que conto contar deve-se levar em conta alguns aspectos. Em
primeiro lugar levar em conta a estação do ano ou o clima no qual nos
encontramos.
Também é muito importante que, se queremos contar um conto, primeiro temos de acreditar
na estória que vamos contar, nos valores que transmite, pois do contrário não
saberemos transmiti-los. Segundo psicólogos, um conto pode chegar a influenciar
na personalidade de quem crê nele, ou de quem aprende algo com ele.
A melhor forma de contar contos é com amor, quer dizer, com interesse verdadeiro,
com vontade de compartilhar o tempo, transmitindo esta estória, procurando convertê-la numa influência positiva para quem
escuta. Dê preferência aos contos com um aprendizado rico em valores humanos e
com um final construtivo. Não devemos assumir a tarefa de contar o conto como uma
obrigação. É importante considerar o estado de ânimo em que nos encontramos.
Outro fator a considerar é a escolha do espaço físico correto. Não realize a
atividade no sofá, por exemplo, pois se a criança se acostumar, só vai querer
que seus pais contem estórias ali. O lugar ideal é a sua cama, onde relaxará e
acabará dormindo.
Por outro
lado, antes de comprar o conto, temos que escolhê-lo de acordo com a idade da
criança. Na capa do livro normalmente está indicada a idade recomendada.
Para
contar bem um conto é muito importante que nos centremos em uma ideia única. Os
contos devem ter uma estrutura lineal, com começo e fim. Deste modo, captaremos
a atenção dos pequenos, que assim assimilarão mais rápido o esquema narrativo
da estória contada e, por fim, a moral que esta leva implícita.
O tom de voz desempenha um papel importantíssimo na hora de contar contos. O conto
deve manter sempre a tensão (não pode haver uma diminuição no tom). Devemos tentar
ser doces e agradar a criança. Se contarmos o conto com um tom de voz alto ou
estridente, é provável que o seu filho acabe perdendo o interesse.
Em alguns casos vale usar a gesticulação corporal para relatar a estória. Com
este tipo de contos, o que pretendemos é que a criança saiba fazer um reconhecimento
segmentado de seu corpo através de uma dinâmica que potencialize o aprendizado
pela descoberta. Isso tudo sem tornar óbvio em nenhum instante o aspecto lúdico
da atividade.
Existem muitos tipos de contos a escolher: o conto tradicional, o cooperativo, o
conto canção, o conto jogo, o conto mágico, aquele que é rico em valores, entre
outros.
Por que
é importante incentivar a leitura nas crianças?
O ócio
criativo estimula sua imaginação, enriquece o vocabulário e amplia a capacidade
de concentração.
Pegar
um livro e sentar-se para ler. Um gesto simples e divertido, que,
misteriosamente, cada vez mais perde espaço entre os jovens
em casa, frente ao turbilhão virtual de videogames, Internet ou filmes em dvd. A
leitura, seja de um clássico dos irmãos Grimm, ou do mágico mundo de Harry
Potter, é uma porta para a fantasia, com infinitas vantagens para as crianças. Entretanto,
se o hábito de ler não é estimulado desde bebê, as crianças costumam ter seu
primeiro contato com a leitura na escola, e é a partir desse momento que os livros
passam de uma diversão a uma mera atividade escolar.
Por este motivo, é tarefa fundamental para os pais potencializar a leitura nas
crianças. O objetivo: que eles encontrem nos livros uma alternativa de ócio
a ser buscada por iniciativa própria. As vantagens são infinitas: enriquecer
o vocabulário com palavras mais complexas das que costumamos utilizar com
eles em uma conversação habitual, até ajudá-los a ir conhecendo intuitivamente as
regras na construção de frases e corrigir os erros de ortografia. Ao despertar sua
imaginação, ou potencializar o nível de concentração, a leitura fornece inumeráveis
benefícios ao crescimento e desenvolvimento pessoal, difíceis de encontrar
nos videogames educativos.
O hábito da leitura é tão natural como aprender a escovar os dentes antes de ir
para a cama. Basta reservar uns minutos de cada dia aos livros, para que a
criança se acostume por si mesma a introduzir pequenas sessões de leitura diárias
em sua rotina que, pouco a pouco, irão tornando-se mais e mais longas, à medida
que se deixe levar pelos universos escondidos nos livros. Assim, o reforço da
leitura deve começar desde o berço, começando pelos livros clássicos ilustrados
feitos de tecido, que estimulam suas experiências sensoriais através de formas,
cores e texturas, e seguindo com as coleções de livros específicos destinados
as distintas faixas de idade.
Sempre
é bom começar pelos clássicos – quando criança, por exemplo, eu adorava
Monteiro Lobato, Irmãos Grimm, as Fábulas de Esopo, Julio Verne, entre tantos
outros – e seguir com a literatura infantil atual, rica em todos os gêneros e
formatos. Boa leitura!