Hábitos saudáveis são sinônimos de um coração saudável.
Um alerta importantíssimo: Grande parte dos infartos
poderia ser evitada com uma simples mudança de hábitos.
Um fato impressionante (para nós, leigos) é que
90% dos infartos podem ser prevenidos!
O número é espantoso, mas contundente.
E, se formos mais adiante, a constatação desse dado representa um pequeno
‘puxão de orelha’ em nossos hábitos, pois eles são, sem dúvida, os ‘culpados’
de um bom número de doenças cardiovasculares.
As doenças cardiovasculares são a principal causa
de morte nos países desenvolvidos, e provocam 40% das disfunções ocorridas na
Europa. A causa principal dessas mortes é o infarto do miocárdio, que
representa mais de 50% da mortalidade cardiovascular total, seguido de perto pelo
AVC (acidente vascular cerebral), que causa aproximadamente um terço da mesma.
Mudança de Hábitos
O melhor modo de lutar contra a doença
cardiovascular é evitar que ela apareça. E a prevenção se baseia em boa informação.
Isso só acontece com uma mudança de mentalidade, começando pela educação das
crianças quanto aos hábitos ‘cardio-saudáveis’.
Na maioria dos casos, esses problemas estão associados
a fatores de risco clássicos conhecidos e, em alta proporção, modificáveis e evitáveis,
como o fumo, o colesterol elevado, a hipertensão,
o diabetes e a obesidade. Assim, em 90% dos infartos, pode-se identificar um
fator de risco cardiovascular evitável e potencialmente reversível, entre os
quais, o mais importante é o fumo (tabagismo), mas também uma dieta pouco
saudável e a falta de exercício físico.
Uns 80% do risco de infarto podem ser eliminados somente deixando de fumar, com
exercício físico regular e uma dieta saudável, rica em frutas e verduras, o que
não é difícil, nem caro. Não é preciso gastar dinheiro em medicamentos, mas sim
fazer uma alteração nos hábitos de vida e conscientizar-se de que assim é que
deve ser.
Essa redução de 80% no risco de infarto, por não
fumar, fazer exercício e seguir uma dieta saudável, é eficaz porque essas
medidas incidem diretamente sobre outros fatores de risco: reduzem a hipertensão
arterial, os lipídios (o colesterol e os triglicerídeos) e previnem o diabetes,
ou melhoram o seu controle, se já manifestado.
Grupos de Risco
O principal grupo de risco é composto por
diretores e altos executivos de empresas, submetidos a elevadas taxas de estresse;
e ainda mais se levam um estilo de vida sedentário, comendo fora com
frequência, tendo sobrepeso e consumindo habitualmente tabaco e álcool.
O estresse provocado pela crise econômica atual - tanto
dos empregados, para manter seu posto de trabalho, como dos desempregados -
disparou a possibilidade de doenças cardiovasculares. Vários estudos demonstraram
de forma direta a relação entre um maior estresse psicológico e o desenvolvimento
do AVC. E, além dos fatores de risco cardiovasculares clássicos anteriormente
comentados, o estilo de vida atual está conduzindo ao surgimento de novos
fatores de risco cardiovascular, como a apneia do sono, o estresse, a contaminação,
ou o consumo de drogas, que também devem ser evitados e controlados.
Vários fatores de risco equivalem a uma combinação perigosa
Na maioria das vezes, o risco cardiovascular de uma
pessoa não se deve a um único fator, mas sim a vários deles. Nesses casos, o
risco cardiovascular resultante desses fatores não é uma soma dos mesmos, mas
sim a sua multiplicação.
A conjunção de vários fatores de risco em um mesmo
indivíduo (alteração dos valores da pressão arterial, os níveis de colesterol e
lipídios altos, mais o diabetes) juntamente com a obesidade abdominal,
denominou-se de síndrome metabólica, e cada vez mais é uma realidade frequente e
preocupante.
De fato, a obesidade costuma inter-relacionar-se
com todos esses fatores e, frequentemente, é o fator de alteração de todos
esses parâmetros.
Do ponto de vista da saúde cardiovascular, o tipo
de obesidade mais perigosa é a obesidade abdominal, ou obesidade central, ou
seja, o excesso de gordura que se acumula em volta da cintura, e que favorece o
acúmulo de gordura ao redor de distintos órgãos, como o fígado (obesidade
visceral). Nos homens, a medida da cintura não deve ultrapassar os 102 cm, enquanto
que as mulheres não devem ter mais de 88 cm de cintura.
Está em Suas Mãos...
Conhecemos os números, conhecemos os fatores de risco...
Só falta ir ‘mãos a obra’! Praticar exercícios
físicos de intensidade moderada regularmente, como caminhar num bom ritmo,
entre 30 e 60 minutos diários, ao menos 5 dias por semana, e seguir uma dieta
saudável e cardio-saudável, são dois fatores fundamentais para prevenir o
sobrepeso, a obesidade e, em particular, a obesidade abdominal. Os
especialistas em ‘fitness’ destacam a necessidade da prática de exercício suave
e regular. A natação, a corrida, ou o ciclismo, são algumas das atividades que
podemos realizar para evitar os fatores de risco cardiovasculares, sempre que não
tenhamos nenhuma doença que nos impeça. Ao não ter um grande desgaste imediato
da glicose, mas mais sustentável, ajuda-se a regular e melhorar o metabolismo.
Por isso, outros esportes mais anaeróbicos, ou seja, aqueles que requerem uma força
muscular explosiva, são menos recomendáveis.
Obesidade Abdominal e Obesidade Geral
Para combater a obesidade abdominal, os homens devem
manter sua cintura abaixo dos 102 cm de perímetro e as mulheres, abaixo de 88
cm. E, para combater a obesidade em geral, deve-se conhecer o índice de massa
corporal (IMC), o principal indicador do nosso peso corporal. O IMC é obtido a
partir do peso e da altura de cada indivíduo, e indica se uma pessoa tem um
peso insuficiente, normal, sobrepeso ou obesidade em diversos graus.
Os Check-ups, um Bom Costume
Além de seguir hábitos de vida cardio saudáveis
para evitar a obesidade, a OMC também recomenda que, a partir dos 40 anos, se vá
ao médico cada certo período de tempo, para conhecer os fatores de risco individuais.
Assim, com a medição da pressão arterial e um exame de sangue podemos saber se a
pressão arterial, os lipídios e a glicose (açúcar) no sangue se encontram
dentro dos parâmetros de normalidade que, na população em geral, se situam em
90 mmHg e 140 mmHg para os valores de pressão arterial, menos de 200 mg/dl para
o colesterol LDL e a hemoglobina glicosilada, que deve estar abaixo dos 7%,
para avaliar a glicemia. Em pessoas que já sofreram um primeiro infarto do miocárdio,
os objetivos de controle desses parâmetros são mais restritos e todas estas
cifras devem ser mais baixas.
No caso de que se detecte um fator de risco alterado, quase sempre é possível atuar
para corrigi-lo e combater o risco cardiovascular. Hoje em dia, os médicos
dispõem de um arsenal terapêutico importante para controlar esses fatores de risco.
É importante que uma pessoa que tem os valores de pressão arterial altos saiba
disso, para que possa corrigi-los.