Glúten nos Medicamentos
O glúten é usado em muitos medicamentos como excipiente, que é o complemento que dá cor, estabilidade e forma ao medicamento, tanto em cápsulas, como em comprimidos ou suspensões orais.
Há vários tipos de excipientes que as companhias farmacêuticas podem usar, por isso é importante sempre checar com o fabricante, para ter certeza de que o medicamento em particular que você estiver usando é realmente livre de glúten.
De acordo com a Codex Alimentarius Commission WHO/FAO, um alimento é considerado isento de glúten quando o nível de prolamina detectado em sua composição é inferior a 10 mg/100 g.
O problema
No Brasil, já há regras para a rotulagem de produtos alergênicos, como o glúten, nos ingredientes dos remédios.*
Mas fontes potenciais de glúten, no caso os excipientes nos medicamentos, não são bem reconhecidas pelos profissionais de saúde ou pacientes.
Em estudo realizado por pesquisadores da Gastroenterologia Pediátrica da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-EPM)., no ano de 2000, observa-se com muita propriedade que “o paciente com DC pode vir a utilizar algum medicamento, devido a um problema agudo - como por exemplo, infecção e contusões - ou crônico - como por exemplo, hipertensão arterial. Por esta razão, o médico deveria saber se os medicamentos prescritos apresentam ou não glúten em sua composição, uma vez que no tratamento da DC o consumo de glúten deve ser totalmente evitado.”
Atualmente, está muito difundido o uso de medicamentos manipulados em farmácias, obviamente seguindo receituário médico. É importante que o consumidor converse com seu farmacêutico sobre os ingredientes usados na manipulação dos remédios, e alerte o profissional sobre possíveis riscos de contaminação pelo glúten, ou qualquer outra substância que seja nociva à sua saúde.
Quais são as fontes dos excipientes?
A fonte botânica do amido pode não estar especificada.
Formulações genéricas podem incluir diferentes excipientes daqueles usados nos medicamentos de marca registrada.
Féculas (amidos) encontradas em medicamentos: milho (mais comum), batata, tapioca, trigo, amido modificado (fonte não especificada), amido pré-gelatinizado (fonte não especificada), amido pré-gelatinizado modificado (fonte não especificada)
Derivados da fécula:
Dextratos (fonte não especificada)
Dextrina (fonte não especificada, mas normalmente milho ou batata)
Outros excipientes:
Dextrimaltose (quando é usado malte de cevada)
Colorante caramelo (quando é usado malte de cevada)
É importante não esquecer que o limite máximo diário permitido ao consumo pelos indivíduos com doença celíaca é igual a 10 mg de gliadina. Portanto, quantidades ínfimas de glúten, em princípio não devem ocasionar problemas à saúde do indivíduo celíaco.
* título: Resolução RDC nº 137, de 29 de maio de 2003
publicação: D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 02 de junho de 2003 órgão emissor: ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
alcance do ato: federal - Brasil / área de atuação: Medicamentos
atos relacionados: Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998
ANEXO
Os medicamentos cuja formulação exija advertências específicas deverão fazer consta-las em suas bulas e embalagens, obrigatoriamente, com dimensões que permitam fácil leitura, em destaque e seguindo os modelos de frases listados nos itens abaixo:
14. Os produtos contendo o excipiente glúten em suas formulações, apresentar na bula e rotulagem das embalagens secundárias uma das seguintes advertências:
14.1. "Atenção portadores de Doença Celíaca ou Síndrome Celíaca: contém Glúten".
14.2. "Atenção: Este medicamento contém Glúten e, portanto, é contraindicado para portadores de Doença Celíaca ou Síndrome Celíaca."
Referências:
Pesquisa de Gliadina em Medicamentos - informação relevante para a orientação de pacientes com doença celíaca: http://bit.ly/dbV7X6