O dia 25
de abril foi o Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído.
Vivemos
rodeados de ruídos. Por isso, uma das primeiras coisas que a maioria das pessoas percebe, ao se afastar das grandes
cidades para desfrutar de uns dias de relaxamento, é o silêncio. Nas metrópoles, os ambientes barulhentos e com tráfego
constante são bem comuns, mas deve-se destacar que, fora a perturbação inevitável,
podem ter graves consequências ao organismo. Cerca de 80% da população de cidades
grandes está exposta de modo constante a um ruído maior que o recomendável,
estabelecido em 65 decibéis (dB).
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Japão é o país mais
ruidoso do mundo, seguido da Espanha, em segundo lugar. E o ruído nas grandes
cidades brasileiras vem crescendo ano a ano, graças, principalmente, ao aumento
progressivo e inexorável da frota de automóveis no país.
O ruído do ambiente, em certas ocasiões, pode se transformar num problema sanitário,
já que pode danificar o órgão auditivo e afetar o sistema nervoso central. Ao
excitar os neurônios do sistema nervoso provoca, ocasionalmente, certo grau de
ansiedade, cefaleias, irritabilidade ou alterações do sono (dificuldade
para conciliar o sono, ou sono de má qualidade). Além disso, o ruído não
afeta o organismo apenas por sua intensidade, mas também por sua duração”.
Curiosidade:
“A OMS recomenda um nível máximo de ruído para o ambiente hospitalar
na faixa de 55 dB. A tolerância máxima do ouvido humano é inferior a 80 dB,
encontrando-se abaixo do ruído produzido em uma avenida barulhenta (100 dB),
pela corneta do tipo vuvuzela (120 dB) e por uma turbina de avião (140 dB)*”
Como os
diferentes tipos de ruído afetam o ouvido:
- Se a exposição a ruídos fortes, acima de 80 dB (como o produzido por uma furadeira
elétrica), é prolongada, pode ocasionar uma perda permanente da audição.
- Se a
exposição a ruídos fortes se produz durante um curto espaço de tempo, pode
originar uma perda temporária da audição.
- Um
ruído muito forte, superior a 110 dB (como o da turbina de um avião na
decolagem), mesmo que seja de curta duração, pode produzir uma perda permanente
da audição.
Sintomas de Alarme
Recomenda-se
consultar um otorrinolaringologista o mais breve possível para fazer uma avaliação,
caso surjam alguns desses sintomas:
- Perceber ‘tinnitus’, ou seja, escutar timbres, golpes ou zumbidos nos ouvidos,
que no provenham de nenhuma fonte;
- Sentir dor nos ouvidos;
- Dificuldade para escutar as pessoas falando;
- Impossibilidade de ouvir tons altos ou sons baixos.
É importante não apenas proteger-se do ruído, mas também conscientizar-se do
que as pessoas produzem com algumas de suas atividades, e que podem prejudicar
a saúde dos demais cidadãos.
Recomendações
para proteger seus ouvidos, e melhorar a qualidade de vida dos que o rodeiam:
- As pessoas que trabalhem em ambientes muito barulhentos, como com maquinário,
grandes motores ou explosivos, devem se proteger com tampões e/ou protetores
auriculares;
- O uso de tampões pode reduzir em até 40% a incidência do ruído sobre o ouvido.
Há diferentes opções, como os moldáveis, ou os pré-moldados e que podem ser
usados por toda a população que sofra com alguma forma de poluição sonora;
- Evitar, dentro do possível, permanecer durante longos períodos em lugares com
ruídos constantes e fortes;
- Deve-se moderar o volume que se escuta nos aparelhos de música e televisão,
tanto para proteger os ouvidos, como para evitar incômodo aos que lhe rodeiam;
- É conveniente controlar os horários em que se realizam certas atividades, e
cuidar para que incomodem ao mínimo os vizinhos. Passar o aspirador de pó, por
exemplo, gera em torno de 70 dB;
- Prevenir que nossa casa, ou local de trabalho produzam poluição sonora,
tomando medidas como instalar paredes duplas, ou isolamento acústico;
- Cobrir o piso com materiais elásticos, como emborrachados ou carpetes reduzirá
a incidência de pisadas, ou pancadas.
Casos mais Críticos
Há
profissões que estão mais expostas aos efeitos do ruído. Assim, aconselha-se que
esses trabalhadores tomem maiores precauções, especialmente aqueles que estão em
contato com explosivos ou materiais semelhantes, já que estes geram ondas
expansivas que afetam severamente os ouvidos.
E há as pessoas que sofrem de osteoesclerose cocleal, uma doença hereditária e
progressiva, que provoca uma perda moderada da audição. Essa condição afeta
entre 15 e 20% da população, que sofre mais com os efeitos nocivos do ruído, já
que seus ouvidos são mais frágeis, e por isso devem ter cuidados especiais quanto
à proteção.
A Audição dos Jovens
Os
mais jovens também são um grupo de risco. O volume da música, ao usar fones de
ouvido, deve de ser controlado, e nunca superar os 80 dB. Além disso, nas
boates ou festas particulares, a música pode estar muito elevada, e por isso devem
procurar se afastar dos autofalantes para proteger os ouvidos. E em caso de se
escutarem sinais sonoros (bipes) dentro da sala, ou na saída, utilizar tampões
para atenuar o ruído.
Leia mais sobre o assunto:
1.*Ruídos
na unidade de terapia intensiva: quantificação e percepção dos profissionais de
saúde: http://bit.ly/IUD8rz
2.
Poluição sonora como
crime ambiental: http://bit.ly/IzYNb1