Saiba
por que os problemas de tireoide afetam mais as mulheres.
O
hipotireoidismo é a disfunção mais comum da glândula, e afeta especialmente o
sexo feminino.
E
qual é a função exata da tireoide?
Ouvimos
falar com frequência sobre problemas de saúde relacionados com esta glândula, mas
não sabemos ao certo sua função, ou as disfunções que causa quando não funciona
como deveria. Se nos aproximarmos das patologias da tireoide, a primeira coisa que
podemos afirmar é que elas afetam, em grande parte dos casos, a mulher. Estima-se
que de 2-3% da população sofre de hipotireoidismo. A maior parte dos casos são
subclínicos, ou seja, leves e com sintomatologia inespecífica. É de 8 a 10 vezes
mais frequente na mulher, com uma média de idade de 60 anos, embora possa
aparecer em qualquer sexo e idade.
O primeiro passo é conhecer o problema.
O hipotireoidismo é uma produção deficiente de hormônios da tireoide, e é a doença
mais frequente da tireoide. No Brasil, cerca de 10% das
mulheres acima de 40 anos sofrem de hipotireoidismo, e o número sobe para 20%
em mulheres com mais de 60 anos.
Quais
são os sintomas mais comuns?
Cansaço
crônico, fraqueza, pele seca, intolerância ao frio, queda de cabelo, dificuldade
de concentração, problemas de memória, cãibras e aumento discreto do peso
corporal, são alguns dos sintomas que se apresentam nas pessoas que sofrem do
hipotireoidismo, quando este é severo. Mas, se for menos intenso, pode inclusive
passar desapercebido, sendo descoberto apenas
com um exame de sangue. Estes casos que não se manifestam também podem
causar problemas, por exemplo, em mulheres que estão tentando engravidar. A doença tem consequências importantes na mulher
em idade fértil, seja porque o hipotireoidismo não tratado tem relação com
problemas de fertilidade, seja porque durante a gestação pode produzir
problemas maternos e de desenvolvimento fetal, ou ainda porque no período pós-parto,
de 5-10% das mulheres sofre uma inflamação transitória da tireoide denominada tireoidite
pós-parto.
As doenças autoimunes, mais frequentes na mulher.
A causa mais frequente de hipotireoidismo é a chamada tireoidite de Hashimoto. Trata-se
de uma doença autoimune, ou seja, de uma reação do organismo contra um próprio
tecido, neste caso, a tireoide. Esta reação acaba por inflamá-la e destruí-la. Neste
sentido, as doenças autoimunes em geral aparecem mais frequentemente na mulher,
embora não se saiba bem o porquê. Foram detectadas diferenças no sistema imunológico
entre mulheres e homens, que não apenas se explicam pela presencia ou ausência
de determinadas hormônios, como os estrógenos. Parecem estar implicados, além
disso, fatores genéticos e ambientais.
O tratamento, chave da melhora.
Una vez diagnosticado o problema, pode-se realizar o tratamento, no entanto, a paciente
deve levar em conta o seu comprometimento pessoal na hora de tomar a medicação,
se deseja ter uma melhora em sua qualidade de vida. De fato, os especialistas ressaltam
que a melhora de uma paciente com hipotireoidismo grave é tão evidente, e sua
qualidade de vida melhora tanto que deveria motivá-la a seguir adequadamente seu
tratamento a partir do diagnóstico. Neste sentido, aquelas pacientes com graus
mais leves da doença estão menos motivadas, apesar da orientação médica, a
aderir ao tratamento. Isto se deve em parte ao caráter crônico desta doença, e
porque a sintomatologia derivada dela muitas vezes é inespecífica, embora nem
por isso deixe de alterar a qualidade de vida.
Por isso, um tratamento inadequado leva a períodos de hipotireoidismo
subclínico que podem justificar alterações emocionais (graus variáveis de
ansiedade, depressão, problemas cognitivos e de memória), astenia, problemas de
cabelo e pele, ou elevações do colesterol no sangue, que podem ser importantes
em períodos produtivos da vida, e que passam desapercibidos em idades mais avançadas.
Embora nem sempre estes sintomas se devam a um hipotireoidismo, o melhor modo
de evitar a implicação do mesmo é garantir um cumprimento rigoroso do
tratamento. Mais motivadas, por outro lado, estão as pacientes gestantes, que
raramente deixam de cumprir com seu tratamento, pela alta sensibilidade das mesmas
às circunstâncias que estão vivendo.
As funções da glândula tireoide.
A tireoide é uma glândula endócrina, ou seja, um conjunto de células que
segrega substâncias que são os hormônios, liberados na corrente sanguínea. A
tireoide é formada por dois lóbulos de ambos os lados da traqueia, unidos na
zona central por um istmo, o que faz com que tenha esta conhecida forma de
borboleta. Sua função é fundamental, já que é responsável por regular a produção
de proteínas, bem como a sensibilidade do organismo a outros hormônios. Não
obstante, é notável a falta de conhecimento por parte da população em geral quanto
aos transtornos relacionados a esta glândula. De fato, observou-se que aqueles
pacientes que não são tratados devidamente apresentam um risco maior de ter
doenças do coração, que poderiam estar relacionadas com o aumento do colesterol
associado a esta situação.
Hipotireoidismo e hipertireoidismo, qual a diferença?
São vários os transtornos relacionados com a tireoide, mas o hipotireoidismo é
o mais frequente. Atualmente, o diagnóstico do hipotireoidismo é muito simples,
embora se estime que cerca de 50% dos casos são diagnosticados por acaso, pela
ausência de sinais nas fases iniciais. A detecção acontece através da determinação
da tirotropina (TSH), que é um hormônio que se eleva de modo muito sensível quando
a tireoide tem sua função reduzida.
Outro destes transtornos é o hipertireoidismo, um transtorno menos frequente,
causado por uma produção maior do que a necessária de hormônios da tireoide. Seus
sintomas são o contrário dos produzidos
pelo hipotireoidismo, ocorrendo uma certa aceleração do ritmo normal do
organismo: taquicardia que pode manifestar-se com palpitações, insônia, aumento
da sudorese, pequeno tremor, fadiga muscular, perda de peso, problemas oculares
e, em alguns casos, inclusive febre.