Com
o verão se aproximando, cresce o risco de contrair infecções do estômago e
intestinos, que levam à desidratação e outros problemas mais graves. Embora as
gastroenterites possam ocorrer em qualquer época do ano, com o hábito de fazer
refeições ao ar livre, e o clima quente - os alimentos se
deterioram mais rapidamente - todo cuidado é pouco!
O
que é uma gastroenterite
Quais
são os sintomasComo prevenir a contaminação
O
que é uma gastroenterite?
Trata-se
de uma inflamação do estômago e intestinos causada por vírus (rotavírus,
norovírus, enterovírus, adenovírus e astrovírus), bactérias (salmonella, E.
coli, shigella, campylobacter jejuni, yersinia ou estafilococo), ou até
parasitas como a giardia (mais raras).
Como entramos em contato com estes organismos?
A
falta de higiene na preparação e manuseio dos alimentos, bem como a sua
refrigeração, reaquecimento ou confecção inadequadas são os principais meios de
transmissão. Propaga-se através de comida e água contaminadas ou pelo contato
de pessoa para pessoa.
Diarreia
muito aquosa, náuseas e vômitos, dor ou cólicas abdominais são sintomas comuns
a todas as formas. A gastroenterite pode provocar desidratação e a perda de eletrólitos
importantes, como o sódio ou potássio, que poderão ter de ser repostos via
intravenosa nos casos mais severos de diarreia e cólicas.
Quais
são os sintomas?
Como
são muito semelhantes, as gastroenterites causadas por diferentes tipos de
microrganismos são fáceis de confundir, alertam os especialistas. Diarreia, vômitos
e náuseas, cólicas abdominais, dores de barriga, perda de apetite, fezes com
sangue e febre são os sintomas mais comuns. Ocasionalmente, podem surgir também
dores de cabeça ou musculares.
Na
gastroenterite viral, os sintomas podem aparecer entre um e três dias depois de
a pessoa ter sido infectada, A maioria dos casos costuma melhorar ao fim de
dois dias, mas ocasionalmente podem existir casos em que o vírus persiste até
10 dias. Para as crianças pequenas, idosos com sistema imunológico enfraquecido,
algumas gastroenterites virais podem ser fatais. A maior parte dos casos
bacterianos, nomeadamente no caso da salmonela, resolve-se por si próprias ao
fim de cinco a sete dias. A gastroenterite causada pela bactéria shigella pode
necessitar de antibiótico. No entanto, os intestinos podem demorar mais uma ou
duas semanas até se recuperarem totalmente.
Cuidados
pessoais
1.Excluindo
os casos mais agudos, que devem levar de imediato a uma emergência médica, pode
tratar-se em casa com uma ou duas semanas de dieta e alguns cuidados caseiros.
2.Deixe
o estômago se acalmar: evite os alimentos sólidos pelo menos durante algumas
horas após um episódio de vômitos e diarreia.
3.Hidrate-se
bem: a perda de líquidos pelas fezes e vômitos é muito grande e, para evitar a
desidratação, é muito importante que beba bastante líquidos, 8 a 10 copos d’água
por dia – tente beber um copo d’água a cada ida ao banheiro, para compensar a
perda de líquidos na diarreia. Sucos de fruta (diluídos em água), chás e caldos
também ajudam a hidratar.
Sintomas
mais comuns da desidratação:
- Boca seca e pegajosa;
-
Urinar muito pouco ou não urinar sequer; urina de cor amarela escura;
-
Olhos encovados;
-
Letargia e prostração física acentuada;
-
Pressão arterial baixa; tonturas, quando se levanta rapidamente;
-
Batimento cardíaco acelerado;
-
Perda da elasticidade da pele (ao se beliscar ou pressionar, essa zona demora
alguns segundos a voltar ao normal);
-
Nos bebês: ‘moleirinha’ encovada, chora sem lágrimas, não molha a fralda há
mais de seis horas.
4.No caso das crianças, lhes dê pelo menos o
equivalente a duas colheres de sopa cheias de água, a cada 30 minutos. Se os vômitos
forem intensos e impedirem que beba a quantidade mínima de água pode ter de ir
a um plantão médico de um hospital ou posto de saúde, para receber os fluidos e
sais minerais me falta por via intravenosa.
5.Fracione
mais as refeições: você não terá muito apetite, mas é importante comer, ainda
que muito pouco de cada vez, varias vezes ao dia.
6.Prefira
alimentos fáceis de digerir: frango (de preferência cozido na água), arroz,
caldos, torradas com pouca ou nenhuma manteiga, e bananas, ricas em potássio,
um mineral que atua em conjunto com o sódio para regular o equilíbrio de água no
organismo.
7.Evite
comer laticínios, alimentos com gordura, muito condimentados ou ricos em fibra,
bem como cafeína, álcool e tabaco.
8.Não
tome medicamentos para parar a diarreia sem falar com um médico e não os dê a
crianças.
9.Descanse
bastante: a gastroenterite e a perda de fluidos deixam a pessoa mais cansada
que o habitual.
10.Fale
com o médico, se possível, logo no início dos sintomas, sobretudo no caso de
crianças pequenas, idosos e grávidas. Se os vômitos não pararem ao fim de 48
horas, se tiver febre acima de 40º C (38,9º C no caso das crianças), sinais de
desidratação, sangue nas fezes ou vômitos, procure o médico de imediato. Os
casos mais graves podem necessitar de assistência hospitalar, para que a perda
de líquidos e eletrólitos possa ser compensada por via intravenosa.
Como
prevenir a contaminação?
-Lave
as mãos varias vezes ao dia, minuciosamente, em especial antes de cozinhar e
preparar refeições. Lave-as de novo logo após tocar em carne crua.
-
Os utensílios de cozinha, sobretudo aqueles que estiverem em contato com carne,
peixe e ovos devem ser muito bem lavados.
-
Lave roupa suja de diarreia com água sanitária com cloro, bem como as superfícies
do banheiro.
- Use termômetros para cozinhar os alimentos à temperatura adequada. Existem alguns especialmente concebidos para espetar na carne e saber a temperatura no seu interior. A carne de gado deve cozinhar acima de 71ºC, as aves acima dos 82ºC e o peixe a 60ºC, pelo menos.
-
Regule seu refrigerador para os 4ºC e o congelador deve estar pelo menos nos
-17/-18ºC.
-
A carne ou peixe crus só devem ser conservados na geladeira por um ou dois
dias; depois estarão impróprios para o consumo.
-
Cozinhe sempre as refeições pré-preparadas à temperatura e durante o tempo
recomendado nas embalagens.
-
Não use alimentos fora do prazo de validade, com cheiro ou sabor estranho,
cujas embalagens apresentem o topo abaulado (inchadas) ou estejam amassadas.
-
Não consuma alimentos com molhos, maionese ou natas que estejam fora do refrigerador
há algum tempo. Evite-os em festas e banquetes e sempre que não souber como
foram preparados.
-
Não beba água de fontes ou cursos d’água não tratada, por mais cristalina que lhe
pareça.
-
Não tome banho em praias com o aviso “Área Imprópria ao Banho”. Águas de praia
contaminadas podem levar a gastroenterites e outros problemas.
-
Se cuida de bebês, desinfete ou lave criteriosamente as mãos depois de trocar
fraldas. Mantenha as fraldas usadas em uma lixeira bem fechada, de modo que não
entrem em contato com outras superfícies ou pessoas.
-
Quando viajar para locais onde as condições sanitárias não são as melhores, coma
apenas alimentos frescos e cozidos na hora. Nada de vegetais crus (saladas, por
exemplo); fruta, só depois de bem lavada e descascada; água, só engarrafada ou
fervida. Não se esqueça de observar esta regra quando consumir bebidas com gelo
ou escovar os dentes.
-
Se tiver sintomas de gastroenterite, avise as pessoas que tiverem comido a
mesma refeição.
Vacina
para o Rotavírus
A
gastroenterite por rotavírus é a infecção com mais probalidade de infectar uma
criança até os cinco anos. No Brasil, a incidência de rotavírus em crianças com
gastroenterite varia de 12 a 42%* ao ano - uma variação ligada à sazonalidade,
de acordo com cada região do país ( *artigo científico: Prevalência de
rotavírus em crianças atendidas na rede pública de saúde do estado de
Pernambuco, Mariluce L. da Silva e outros). O primeiro episódio se manifesta
com mais gravidade e ocorre, geralmente, entre os seis meses e os dois anos. Embora
a maioria dos casos não seja grave, o rotavírus é muito contagioso. Segundo
dados do Ministério da Saúde, cerca de 300 mil internações no Sistema Único de
Saúde (SUS) e, aproximadamente, 850 óbitos em todo país são referentes a
crianças infectadas pelo rotavírus. A vacina contra o rotavírus faz parte do
Calendário Nacional de Vacinação e é oferecida para crianças menores de seis
meses em todos os postos de saúde do Brasil. Consulte o pediatra do seu filho
sobre a necessidade de vacinação.
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