domingo, 11 de setembro de 2011
Celíase e a Tireóide
A tireóide, uma glândula no formato de borboleta, localizada na base do pescoço, carrega uma grande responsabilidade na regulação dos hormônios que controlam algumas das funções mais essenciais do corpo humano – mais destacadamente, o metabolismo. Para quem sofre da doença celíaca, o risco de desenvolver uma condição que pode afetar a tireóide, e comprometer sua saúde em geral, é aumentado significativamente.
É de conhecimento geral que indivíduos com DC têm um risco maior de desenvolver desordens autoimunes adicionais, mas você sabia que a glândula tireóide também é particularmente afetada pelas doenças autoimunes?
De fato, pessoas com DC são quase quatro vezes mais suscetíveis a desenvolver uma condição da tireóide autoimune, os tipos mais comuns sendo a doença de Hashimoto e a doença de Graves.
Atualmente, cerca de 20 milhões de norte-americanos tem alguma forma de doença da tireóide. Pessoas de todas as idades e raças podem ter doenças da tireóide. Entretanto, as mulheres têm uma probabilidade de cinco a oito vezes maior que os homens de ter problemas de tireóide.
E, embora os cientistas ainda não tenham identificado a causa exata dessas doenças, muitos suspeitam que fatores genéticos e imunológicos sejam ambos parcialmente responsáveis.
A DC e as desordens da tireóide compartilham uma predisposição genética em comum, o que pode explicar a maior incidência de doenças da tireóide entre os celíacos, se comparada à população em geral.
Alguns conceitos importantes:
Hipotireoidismo: Ocorre quando há uma diminuição na produção da tireóide.
Hipertireoidismo: Ocorre quando há um aumento na produção da glândula tireóide.
Você é Celíaco?
A doença da tireóide é muitas vezes diagnosticada antes da DC. Como as condições da tireóide auto-imune são mais facilmente reconhecidas e diagnosticadas pelos médicos, recomenda-se que pacientes que sofram dessa condição sejam testados para a doença celíaca, num esforço de impedir futuras complicações de saúde.
Quais são das doenças da tireóide mais comuns?
Doença de Hashimoto
O que é? Quem sofre dela?
A doença de Hashimoto, uma forma de hipotireoidismo causado por uma reação autoimune, é de longe o tipo mais comum de doença da tireóide. A condição é sete vezes mais comum em afetar mulheres do que homens, e frequentemente é uma herança genética, ou seja, passa dos pais para os filhos.
Durante a progressão da doença, a glândula tireóide é alvo de um ataque dos anticorpos, fazendo com que fique inflamada e aumentada. À medida que a glândula aumenta, começa a reduzir o seu funcionamento, causando deficiência do hormônio da tireóide dentro do corpo.
Sem tratamento, indivíduos com a doença de Hashimoto podem desenvolver problemas cardíacos, defeitos de nascença e problemas de saúde mental tais como depressão.
Quais são os sintomas?
Sintomas comuns do hipotireoidismo incluem:
- Fadiga,
- Depressão,
- Cãibras,
- Constipação,
- Ganho de peso,
- Diminuição da temperatura corporal,
- Pele seca,
- Cabelos secos/quebradiços, ou perda de cabelo,
- Glândula da tireóide inchada.
Como é feito o diagnóstico?
A doença de Hashimoto pode ser diagnosticada facilmente através de um simples exame de sangue. Seu médico irá medir a quantidade de hormônios da tireóide (TSH) que há no sangue para determinar se você tem ou não a condição.
Pode ser tratada?
O tratamento padrão para a doença de Hashimoto são suplementos sintéticos do hormônio da tireóide. Seu médico irá estabelecer a dosagem de medicamento, baseado nos níveis de hormônio no sangue. Tomados oralmente e diariamente, esses medicamentos irão gradualmente resolver os sintomas, uma vez que a dosagem correta seja determinada.
Há pouca evidência de que uma dieta sem glúten possa ajudar a tratar o hipotireoidismo. Entretanto, aqueles recém diagnosticados com a DC são, algumas vezes, capazes de diminuir a sua dosagem de suplemento do hormônio da tireóide depois do seu intestino ser curado, e a habilidade do seu corpo de absorver os nutrientes melhorar.
Doença de Graves
O que é?
A doença de Graves é a causa mais comum de hipertireoidismo. Como a doença de Hashimoto, a doença de Graves é causada por uma resposta autoimune, que faz com que os anticorpos ataquem a glândula tireóide. No entanto, ao contrário do hipotireoidismo, o ataque dos anticorpos ocasiona um aumento na produção hormonal da tireóide. Quando a tireóide produz hormônio demais, o corpo usa a energia mais rápido que deveria.
Aqueles que têm a doença de Graves também podem sofrer de outras condições, tais como desordens cardíacas, complicações na gravidez, osteoporose, e até mesmo uma condição letal chamada de Crise Tireoidiana (ou “tempestade tireoidiana”). Uma complicação rara, a crise da tireóide ocasiona um aumento súbito e drástico nos hormônios que podem resultar em febre, suor em profusão, desorientação ou confusão, pressão sanguínea muito baixa e até mesmo o coma.
Quais são os sintomas?
Pacientes com a doença de Graves podem experimentar um ou mais dos seguintes sintomas:
- Fraqueza muscular,
- Perda de peso,
- Superaquecimento/suor excessivo,
- Diarreia/movimentos intestinais frequentes,
- Tremores nas mãos ou dedos,
- Dificuldade de pegar no sono,
- Irritabilidade, ansiedade,
- Batimento cardíaco acelerado ou irregular,
- Alteração do ciclo menstrual,
- Disfunção erétil, ou redução da libido,
- Olhos ‘saltados’,
- Pele vermelha e grossa, normalmente nas canelas ou peito dos pés (dermopatia de Grave) – uma manifestação relativamente incomum.
Como é diagnosticada?
Um diagnóstico de Graves pode ser confirmado através de exame de sangue. Assim como no diagnóstico da doença de Hashimoto, o seu médico irá examinar os níveis hormonais da tireóide (TSH) no sangue para determinar se você tem ou não a Graves.
Um ‘scan’ da tireóide (cintilografia) também pode ser usado no diagnóstico. Essa técnica requer que o paciente beba uma pequena quantidade de iodo radioativo, e o médico especialista então irá medir a quantidade de iodo que a glândula tireóide absorve.
Qual é o tratamento?
A terapia de iodo radioativo pode ser usada para tratar a doença de Graves. Ingerir o iodo ajuda a destruir as células hiperativas da tireóide, e a regular os seus níveis hormonais.
Esse tratamento pode ocasionar dor no pescoço e inchaço, bem como uma diminuição nos níveis de testosterona, mas tudo isso é temporário. É importante notar que embora o iodo destrua as células da tireóide, não prejudica os tecidos e órgãos adjacentes. Esse tratamento não é recomendado para mulheres grávidas ou lactantes.
Os medicamentos de supressão do hormônio da tireóide, com p.ex., o tapazol, também podem ser usados no tratamento. Semelhante a terapia do iodo radioativo, esses remédios levam um tempo para suprimir os níveis elevados da tireóide. Mesmo que ocorra a remissão, o médico ainda recomenda uma avaliação regular e uma terapia medicamentosa contínua, já que a recaída é comum.
Às vezes, os médicos podem recomendar a cirurgia para remover toda ou parte da glândula da tireóide. Quando a glândula da tireóide é removida completamente, o procedimento é chamado de tireoidectomia. Após o procedimento, os pacientes são submetidos ao tratamento com suplementos hormonais, semelhante aos que sofrem da doença de Hashimoto.
Você é Celíaco?
A doença da tireóide é muitas vezes diagnosticada antes da DC. Como as condições da tireóide autoimune são mais facilmente reconhecidas e diagnosticadas pelos médicos, recomenda-se que pacientes que sofram dessa condição sejam testados para a doença celíaca, num esforço de impedir futuras complicações de saúde.
fonte: National Foundation for Celiac Awareness.
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