terça-feira, 21 de outubro de 2008

A Celíase Infantil na Finlândia

A distribuição geográfica da Celíase se dá, notadamente, no Continente Europeu e nos países que foram colonizados, ou que receberam, em algum momento, a imigração européia. Naquele país nórdico, vários estudos têm sido desenvolvidos, na tentativa de melhor compreender a Celíase.

No Velho Continente, um dos países mais preocupados com o fenômeno da doença celíaca é a Finlândia.

Num importante trabalho científico publicado no ano de 2001, intitulado “Prevalence of Celiac Disease among Children in Finland” (Markku Mäki, M.D. et al.), os pesquisadores envolvidos estudaram a incidência da doença celíaca na população infantil, considerando principalmente os métodos de detecção da doença, sem a presença dos sintomas clínicos.

Já se sabe há algum tempo que a DC muitas vezes é uma doença silenciosa. Sendo assim, somente através de testes sorológicos pode-se diagnosticar preventivamente a doença.

“A celíase é uma desordem gastrointestinal de origem autoimune, que ocorre em pessoas geneticamente suscetíveis, e que é induzida, em algum momento de suas vidas, pela ingestão de alimentos que contém glúten.”

Exatamente pelo fato da DC ser muitas vezes mal diagnosticada, ou mesmo não diagnosticada, é importante estimar a presença dela nas populações, através de exames sorológicos preventivos.

Deixando para os especialistas a metodologia técnico-científica do experimento, é interessante constatar seus resultados mais significativos. Foram examinadas amostras coletadas de 3654 estudantes (com idades entre 7 e 16 anos), para detectar a presença dos anticorpos transglutaminase (esses anticorpos aparecem nos portadores da DC). Mais tarde, pediu-se que os pacientes diagnosticados como positivos para os anticorpos, fizessem uma biópsia intestinal. Como resultado, dos 3654 indivíduos, 56 (1.5 %) testaram positivo para os anticorpos.

A forma clássica da DC em crianças é caracterizada pela má absorção dos nutrientes e conseqüente retardo no crescimento.

No entanto, nas últimas duas décadas, observou-se uma mudança no quadro clínico da doença, incluindo formas mais moderadas e com isso, adiando a idade do diagnóstico.

Deixando para os especialistas a metodologia técnico-científica do experimento, é interessante constatar seus resultados mais significativos. Foram examinadas amostras coletadas de 3654 estudantes (com idades entre 7 e 16 anos), para detectar a presença dos anticorpos transglutaminase (esses anticorpos aparecem nos portadores da DC). Mais tarde, pediu-se que os pacientes diagnosticados como positivos para os anticorpos, fizessem uma biópsia intestinal. Como resultado, dos 3654 indivíduos, 56 (1.5 %) testaram positivo para os anticorpos.

A forma clássica da DC em crianças é caracterizada pela má absorção dos nutrientes e conseqüente retardo no crescimento.

Normalmente, a procura pela doença celíaca ativa, usando os reagentes para anticorpos, é focada nos pacientes com sintomas gastrointestinais leves, com deficiência de ferro isolada, manifestações extra-intestinais ou atípicas, doenças autoimunes, ou ainda nos parentes em primeiro grau de pacientes afetados.

Programas de triagem dentro de populações, em vários países, indicam que a doença é pouco diagnosticada, mas por causa do pequeno número de indivíduos envolvidos nos estudos, os intervalos de confiança para sua verdadeira ocorrência são amplos. Nos Estados Unidos, a doença é extremamente rara, quando o critério de diagnóstico baseia-se nos sintomas clássicos, como diarréia e baixa estatura. No entanto, ampliando-se os indicadores clínicos, a triagem de anticorpos parece indicar que a ocorrência nos Estados Unidos é similar a da Europa.

Evidências sugerem que a celíase é mal diagnosticada em crianças. Exames sorológicos têm o potencial de detectar a doença, que de outra forma não seria diagnosticada. Além disso, há evidência de que a ingestão diária de farinha de trigo, centeio e cevada resulta, em longo prazo, em seqüelas extra-intestinais nos indivíduos com celíase não diagnosticada ou não tratada. Por isso, a detecção precoce, seguida da eliminação do glúten na dieta, parece ser o método apropriado para evitar complicações mais adiante na vida.


Voltando ao estudo, observou-se que alguns dos indivíduos que inicialmente testaram positivo para os anticorpos (antigliadina), num teste posterior testaram negativo, apesar de estarem seguindo uma dieta normal, com glúten. Essa descoberta pode indicar para uma variante menor da história natural da doença celíaca, na qual a sensibilidade ao glúten flutuaria ao longo do tempo. Aliás, foi previamente observado que a intolerância a cereais não é um sinal específico da celíase, e apenas 10 por cento dos pacientes que reclamam espontaneamente de sintomas abdominais depois de consumir cereais, apresentam a celíase.

Para tirar essa dúvida, uma descoberta importante da pesquisa foi que a maioria dos indivíduos que testaram positivo para os anticorpos portava certas moléculas (HLA-DQ2 ou DQ8) que são características da DC. A presença dessas moléculas já tinha sido associada aos parentes em primeiro grau de pacientes celíacos.

Questões relevantes para o futuro da pesquisa e tratamento da DC

- Dever-se-ia considerar triagens populacionais amplas, fora de programas de pesquisa?

Deve-se levar em conta que a DC não detectada aumenta o risco de várias complicações, como a osteoporose, por exemplo.

- O que fazer com indivíduos nos quais se detecta, mas que não têm sintomas, nem apresentam fatores de risco para a DC?

A necessidade de seguir uma dieta sem glúten pelo resto da vida pode ser um fardo, especialmente para os pacientes assintomáticos.

- A DC silenciosa deve ser tratada?

Mais estudos sobre os efeitos da DC assintomática, incluindo avaliações de custo-benefício são necessários, antes que pesquisas populacionais sejam recomendadas.

Comentários e tradução by Sam

Fontes:

Texto completo do paper “Prevalence of Celiac Disease among Children in Finland” : http://bit.ly/amQlIs

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