Pode
existir uma ligação entre a doença celíaca e os problemas cardiovasculares?
Ninguém
gosta de dar e muito menos de ouvir más notícias – e como gostaríamos de
anunciar a descoberta da cura para a intolerância ao glúten! – mas, neste caso,
é melhor ponderar que, quanto mais informação houver para auxiliar na
manutenção de uma vida saudável, melhor...
A
celíase e as doenças cardiovasculares são duas condições muito comuns no
ocidente, e foi revelado recentemente que podem ter certa relação. Segundo um
estudo recente, a doença arterial coronária poderia ser até duas vezes mais comum
entre as pessoas celíacas, do que entre a população em geral.
A
nova investigação científica, desenvolvida pela Clínica de Cleveland e
apresentada na 63ª edição da American
College of Cardiology Scientific Session, analisou mais de 22 milhões de
pacientes de 13 sistemas de saúde distintos, entre os anos de 1999 e 2013. Destes,
24.530 foram diagnosticados com a doença celíaca e, por conseguinte, os demais
participantes serviram como grupo de controle. Cabe destacar que tanto os
pacientes celíacos como os que não o eram tinham uma presença similar dos demais
fatores de risco (fumo, colesterol elevado, hipertensão, obesidade, etc.), sendo
que a única variável levada em conta entre ambos os grupos era a celíase.
Assim,
o estudo mostrou que a doença coronária arterial estava presente em 9,5% das pessoas
que eram celíacas, contra uma taxa de 5,6% no grupo de controle.
A
celíase é uma intolerância permanente ao glúten do trigo, cevada, centeio e provavelmente
aveia, que se encontra tanto em alimentos como em produtos de uso diário, como hidratantes
labiais, medicamentos ou vitaminas. Esta doença provoca uma inflamação, de base
imune, na mucosa do intestino delgado, o que dificulta a absorção dos
nutrientes; é este processo inflamatório que poderia estar relacionado com um
maior desenvolvimento de arteriosclerose, devido à segregação de mediadores
imunes na corrente sanguínea.
Entretanto, os especialistas destacam que devem continuar investigando para confirmar totalmente esta relação. O trabalho também mostrou um leve aumento da prevalência de doença coronária entre as pessoas com menos de 65 anos (4,5% versus 2,4%). Este processo poderia afetar mais os jovens porque possuem menos fatores clássicos de risco cardiovascular.
Uma doença subdiagnosticada
Embora seja cada vez mais conhecida, e a população esteja mais consciente,
a
prevalência média da celíase é de cerca de 1%. Na Espanha, calcula-se que sofram
da doença uma em cada 118 crianças, e um em cada 389 adultos. Mas o mais
relevante é que é uma doença que está subdiagnosticada, já que 75% dos
portadores não o sabem (número que pode ser ainda maior no Brasil, devido a
pouca informação pública sobre a doença celíaca). Uma porcentagem, sem dúvida,
muito alta. Por isso é fundamental identificar os sintomas mais frequentes da
celíase: perda de peso, perda de apetite, fadiga, náusea, vômitos, dilatação
abdominal, diminuição de massa muscular, atraso do crescimento nas crianças,
alterações de caráter, ou anemia, entre outros. Em muitos casos, a presença da doença
é assintomática, tornando o diagnóstico difícil.
Resumindo, é muito importante que as pessoas celíacas saibam controlar adequadamente sua condição e sigam uma dieta sem glúten. Para cuidar do coração, esta dieta deve ser a mais variada possível, rica em frutas e hortaliças e pobre em gorduras. Além disso, é recomendável que, periodicamente, se realizem controles dos fatores de risco cardiovascular (pressão arterial, colesterol e glicose) e realizem exercícios físicos habitualmente.
Resumindo, é muito importante que as pessoas celíacas saibam controlar adequadamente sua condição e sigam uma dieta sem glúten. Para cuidar do coração, esta dieta deve ser a mais variada possível, rica em frutas e hortaliças e pobre em gorduras. Além disso, é recomendável que, periodicamente, se realizem controles dos fatores de risco cardiovascular (pressão arterial, colesterol e glicose) e realizem exercícios físicos habitualmente.
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