Muitas
pessoas devem questionar-se “Eu tenho sensibilidade ao glúten?”.
Em
primeiro lugar é importante esclarecer que a intolerância ao glúten não leva
automaticamente ao diagnóstico da doença celíaca (DC), que é uma doença
autoimune, de base genética, ou seja, o paciente nasce com uma predisposição genética
à celíase, que pode ou não manifestar-se, em qualquer fase de sua vida.
Atualmente,
a nomenclatura correta para a condição de intolerância ao glúten (que não é a
DC) é sensibilidade não-celíaca ao glúten (em inglês, NCGS, ou non-celiac gluten sensitivity).
Mas
então, como você pode saber se é sensível ao glúten, e quais são os sintomas
associados à condição?
O
glúten é conhecido como um agente causador de mais de 300 sintomas e condições,
recebendo o apelido bem merecido de “grande dissimulador”. Saiba que é mais
comum o glúten produzir sintomas neurológicos do que digestivos, por mais
surpreendente que possa parecer.
Sendo
assim, dores (incluindo dor nas juntas), dor de cabeça, enxaqueca, mente
enevoada, ou perda de concentração, dormência e formigamento, depressão,
ansiedade, estresse ou até mesmo esquizofrenia, são todos sintomas que podem
ser relacionados como efeito neurológico aos indivíduos portadores de
sensibilidade ao glúten.
Por
outro lado, os sintomas digestivos relacionados à sensibilidade ao glúten (e
segundos em frequência) são, principalmente, inchaço, gases, constipação,
diarreia, refluxo, azia, hérnia hiatal, IBS/IBD, sobrepeso, intestino solto,
gastrite, colite, doença de Crohn. Todos estes sintomas e doenças estão
fortemente relacionados às reações ao consumo do glúten.
Além
disso, há as questões hormonais, incluindo fadiga, TPM, infertilidade, aborto
espontâneo, redução da libido, sintomas da menopausa, baixa testosterona,
insônia, disfunção erétil.
Finalmente,
as condições autoimunes que podem estar relacionadas à sensibilidade
não-celíaca ao glúten são: Tireoidite de Hashimoto, artrite reumatoide,
osteoporose, lúpus, Síndrome de Sjogren, fibromialgia, alergias, etc. Na
verdade, há mais de 100 doenças autoimunes que podem estar ligadas à intolerância
ao glúten. Um intestino solto, causado pela sensibilidade ao glúten, é conhecido
como resultado de um sistema automune sobrecarregado, que confunde os próprios
órgãos do corpo com um invasor externo.
A
pele também pode ser um alvo, com uma variedade de condições que incluem pele
seca, acne, eczema e psoríase.
Outros
órgãos afetados podem ser o fígado, o coração, o pulmão e sinus. Inflamação
generalizada, um iniciador conhecido de doença crônica degenerativa, incluindo
doença cardíaca, diabetes e câncer.
Resumindo,
o glúten é associado a cerca de 300 sintomas e condições, e embora os sistemas
nervoso e digestivo sejam os mais comuns, algumas área do corpo permanecem
intocadas por seus efeitos potenciais.
Ter
sintomas associados à sensibilidade ao glúten pode acender um sinal vermelho,
mas a confirmação é o próximo passo. Como você pode determinar com certeza se o
glúten é a causa de seus sintomas?
Há
excelentes exames laboratoriais que tornam o diagnóstico muito mais fácil do
que há uma década. Não há exames perfeitos, mas os testes disponíveis
atualmente são um grande progresso. Além dos exames disponíveis, o teste grátis
que você pode fazer é o seguinte: eliminação do glúten da dieta com melhoria
visível dos sintomas, como resultado. Este teste é apenas uma ferramenta para confirmar
o exame laboratorial, já que, afinal, nenhum exame é perfeito! Muitas vezes é a
eliminação do glúten da dieta que dá, ao paciente e ao médico, a confirmação de
que realmente é o glúten que está causando as reações negativas no organismo.
Eliminar
o glúten da dieta é tudo que você precisa para reverter seus sintomas?
Infelizmente,
os efeitos secundários do glúten também devem ser abordados.
Utiliza-se
o termo “secundário” porque a primeira coisa que aconteceu foi a digestão do
glúten com consequências nefastas. A seguir, ocorre uma variedade de respostas
secundárias, que são:
-
o enfraquecimento do sistema imunológico, o que requer uma assistência para ser
restaurado à sua função normal;
-
infecções resultantes da deficiência do sistema imunológico, que devem ser
diagnosticadas e tratadas;
-
alimentos com reação cruzada, que apresentam uma estrutura proteica similar ao
glúten, e que causam reações, apesar do fato de que não serem tecnicamente
glúten. Um exame laboratorial detecta sua presença;
-
a presença de outras toxinas, incluindo metais pesados, mofo e a doença de Lyme,
ou ainda viroses;
-
desequilíbrio hormonal.
Tais efeitos secundários necessitam
identificação e tratamento antes que a saúde do paciente possa ser
completamente restaurada. É por isso que o autodiagnóstico não é recomendado, e
apenas um médico especialista poderá orientá-lo e guiá-lo para uma vida
totalmente saudável, livre dos problemas relacionados ao glúten.